quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Projeto Andy

Bem, esse é o primeiro capitulo de uma historia que comecei a algum tempo. Ainda não revisei completamente, por isso tem alguns erros na concordância, e ideias um pouco descontinuas! Mais já é uma prévia da historia que estou criando! Minha inspiração pra escrever foi o filme Leon O Profissional, o qual eu recomendo a todos, pois é um filme fantástico! Sem mais delongas, o primeiro capitulo do Projeto Andy:

                                                          
                                                                    Capitulo 1

Quando o sinal da escola tocou Andy esperou todos saírem da sala para ser a ultima a sair, quando todos saíram, ela pegou sua mochila e foi até a porta, antes de sair olhou o corredor, pra ter certeza de que seu primo não estava na espreita, mais viu apenas um grupo de garotas que conversavam alto e estavam rindo, falando sobre garotos e bobagens provavelmente, Andy tinha 10 anos, não tinha muito interesse por esses assuntos, e pensava que nem quando ficasse mais velha teria, pois não se imaginava como uma daquelas garotas um dia. Enquanto andava pelos corredores da escola, que aparentemente precisavam de uma pintura nova, pois a velha pintura amarela, já estava quase marrom de sujeira e descascando, olhava frequentemente para trás, procurando por sinal de seu primo e sua mini gangue de delinquentes, que às vezes a perseguiam pra insultar ela. Ela não viu nenhum deles, os corredores já estavam quase vazio, então ela se apressou para o banheiro feminino.
O banheiro não tinha um cheiro muito agradável, quando ela entrou, duas garotas estavam se olhando no espelho e tagarelando, sem nota-la, pegaram suas bolsas e saíram. Andy colocou sua mochila no chão e foi até a pia, a torneira estava um pouco dura de abrir, e fazia um ruído estranho enquanto a água caia, ela encheu suas mãos de água, e jogou no rosto, olhou sua imagem no espelho, seus olhos castanhos amendoados, e seu cabelo preto que caia nos ombros, um rosto de criança, mais Andy não se sentia como uma, ela não fazia as coisas que crianças de 10 anos geralmente fazem, e talvez nem teria essa chance com a vida que levava, seu irmão Jim, que tem 16 anos, fazia o que podia pra que ela tivesse uma vida normal, Andy reconhecia o esforço do seu irmão, mais sabia que era difícil, e ela já não se importava mais, tinha aprendido cedo a se virar. Ela e seu irmão moravam com o tio Gabe, um homem ranzinza, de 45 anos, que não gostava dos dois nem um pouco, e não fazia nenhum esforço pra fingir que gostava, estava com eles só pela pensão que o governo pagava, e como ele é a única família deles, era isso ou um orfanato, onde separariam os irmãos o que estava fora de questão. Gabe tem um filho, Alec, 2 anos mais velho que Andy, que também não era exatamente um doce de pessoa. Alec nunca foi amigável com Andy e seu irmão, dês de que se mudaram para sua casa, quando Andy tinha apenas 5 anos. Ela se lembra de pouca coisa dessa época, pois era muito jovem, seu pai morreu antes dela nascer, por envolvimento com o trafico de drogas, e sua mãe cuidou dos dois, trabalhando como garçonete, até que um dia foi encontrada morta a tiros em uma rua perto de onde trabalhava, até hoje não se sabe quem a matou, e nem o motivo, pois ela aparentemente não tinha nenhum envolvimento com criminosos e traficantes.
Após o incidente ela e seu irmão, foram pra casa do seu tio, um apartamento no subúrbio da cidade, em um prédio velho que fedia a cigarro e mofo, onde um pequeno quarto nos fundos do apartamento, que era uma dispensa, foi ajeitado para os dois. Naquele pequeno quarto, Andy e Jim fizeram seu lar, ele tinha 11 anos na época, e cuidou dela praticamente sozinho. Dez de então viveu neste lar, e passou sua infância foi vendo várias mulheres entrarem e saírem do apartamento do tio, dia e noite, e brigando com seu primo frequentemente, até começar a frequentar a escola, a dois quarteirões de distância de casa, onde não fez questão nenhuma de fazer amigos, pois sempre pareceu para ela, que as pessoas estavam em um mundo diferente do seu!
Sua hora preferida era a do intervalo, quando encontrava seu irmão, que deixava ela ficar com ele e sua turma. Assim seu primo não ia infortunar ela, pois ele tinha medo de Jim.
Andy pegou sua mochila, olhou por debaixo das portas dos banheiros, pra ver se não havia ninguém, quando terminou, foi até o fundo do banheiro onde tinha uma janela, ela pegou a mochila e mandou pela janela, depois, apoiou seu pé em um buraco da parede por onde subiu  e passou pela janela, do outro lado, se estreitou por um decalque na parede, e andou até onde tinha uma pequena escada de incêndio, por onde desceu até o pátio dos fundos da escola, que estava vazio. Ela pegou sua mochila e saiu rápido para os portões dos fundos da escola.

Ela preferia passar pelos fundos, tanto pra evitar confusão com seu primo, como para correr até um parque que ficava a um quarteirão atrás da escola, aonde ela ia quase todos os dias, e se sentava , esperando o tempo passar. Andy preferia ficar ali, ela não gostava de ficar em casa, quando seu irmão não estava, pois Gabe bate nela as vezes quando está tonto (que é quase sempre). Ela não conta isso para seu irmão, pois não quer dar a ele mais problemas do que já tem. Jim e seu tio vivem brigando, e dês de quando ele tinha 14 anos, ele sai quase todas as noites, e chega tarde em casa com hematomas. Ela se sente mal em mentir para o irmão, eles sempre contam tudo um pro outro, Jim contou a ela, que estava fazendo um trabalho perigoso, mais que era necessário, pra juntar dinheiro, e assim os dois poderiam sair da casa do Tio, e viver por conta própria.
Quando chegou ao parque, apenas algumas pessoas estavam lá, um homem passeando com um cachorro, um grupo de adolescentes do outro lado, e uma mulher com um carrinho de bebê. Ela foi até a arvore mais perto, colocou sua mochila no chão, e deitou na grama com sua cabeça na mochila. Olhou para o céu através das folhas da arvore, estava claro ainda, deviam ser umas 16 horas, ela acabou cochilando.
Acordou com o barulho de uma buzina de carro na rua de baixo, quando levantou percebeu que já era noite, pegou sua mochila e foi andando em direção a casa.
Quando chegou na entrada do prédio, subiu as escadas da entrada, e entrou, o saguão, velho que fedia a mofo e cigarro, tinha algumas rachaduras na parede, e um elevador que dês de quando se mudou, nunca funcionou.
‘’Boa noite Andy.’’ Disse o porteiro, um homem baixinho calvo, que ficava atrás do balcão. Ele era um homem gentil, diferente da maioria dos homens no prédio.
‘’Boa noite Garcia.’’ Respondeu Andy ‘’Você viu se meu irmão já chegou?’’
‘’Estou aqui dês das 4, e não vi ele entrar não’’
Droga, Andy pensou, achei que ele já estaria em casa a essa hora.. O Jeito é torcer pro meu tio estar de bom humor hoje, e meu primo também...
‘’Obrigado Garcia, vou subir’’
Andy subiu pelas escadas de ferro que estavam um pouco enferrujadas, até o terceiro andar onde morava, seu apartamento era o ultimo do corredor, passando por um onde uma velha morava sozinha, e outro onde um homem de meia idade que quase ninguém via sair do apartamento morava sozinho.
Antes de entrar, ela colocou os ouvidos na porta pra tentar escutar algo, mais tudo estava em silêncio, então ela entrou, passou pela sala de entrada, que tinha um sofá marrom de um lado da sala, uma televisão de 29polegadas do outro, e uma mesa pequena no centro que tinha um cinzeiro, com um cigarro ainda aceso apoiado, soltando fumaça, e dois copos com uma garrafa de vodka pela metade ao lado. Otimo, pensou, bêbado, e provavelmente com alguma mulher, pelo menos não vai me encher as paciência.
Andy andou pelo corredor em silêncio, quando passou perto do quarto do tio, ouviu gemidos lá dentro, então se apressou até a cozinha, que era pintada de verde musgo, tudo na cozinha era velho, exceto a geladeira, que foi comprada a menos de um mês, pois a outra estava muito velha, e quebrada. Em cima da bancada, tinha uma cesta com algumas maçãs, ela pegou uma e foi para seu quarto. Entrou, e fechou a porta em silêncio. 

                                       Raissa Istvan

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Reativando o Blog

O Enem já passou a um mês, os vestibulares a umas 2 semanas, e finalmente estou mais tranquila, apenas esperando os resultados.
Agora minhas obrigações são apenas o trabalho, meu grupo de teatro, e ler o máximo que consigo! kkkkk
Aproveitando esse tempo decidi que já é hora de reativar o blog, pois estou perdendo o habito de escrever... Pra começar, meu próximo post será um começo de história que escrevi a algum tempo, e estava revisando ontem. É uma história bem tensa, porém eu estava tensa na época!
Pretendo postar o mais rápido possível, assim que terminar de revisar.
Desculpem a todos pela demora, e obrigado por acompanhar meu blog!
       
            Raissa Istvan

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Breve comunicado (Trabalho, tempo, enem...)

Como podem perceber estou a um tempo sem postar nada... Ao contrario do que muitos pensam, não é falta de interesse! O caso é que esses últimos dias estou conciliando cursinho, com trabalho e estudo para o enem e vestibulares. Então meu tempo está muito corrido, e provavelmente vai continuar até o enem (Maldito enem!). Por esse motivo, irei postar menos nesse período, porém não pretendo parar (não vão se livrar de mim tao fácil!), vou apenas diminuir o fluxo até o enem passar (e eu passara tbm..)
É isso, espero que não sintam muito minha falta, até mais!
                                            Raissa Istvan

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Os coelhos sabem das coisas...

‘A verdade se encontra, onde menos se espera’
Passei os dedos pelas teclas, mas nada vinha a minha cabeça, tomei um gole do meu café que já estava esfriando, já fazia 2 horas que eu estava sentado a frete do computador, mas nenhuma inspiração me atingia, e a frustração tomou conta de mim.
A quase duas semanas eu não escrevo nada, e quando não escrevo, é como se não vivesse a vida de forma verdadeira.
Um barulho me despertou do meu devaneio, me assustando. Um pássaro que bateu em minha janela, me levantei e fui abrir para o ar correr pela minha sala. Quando olhei pela janela, fui tomado de surpresa, não era a vista da rua que estava habituado, mas sim a vista interna de uma toca pequena que irradiava uma luz alaranjada. Fiquei um pouco assustado, mais fui tomado de curiosidade, e pulei a janela. Quando coloquei os pés no chão, olhei para a janela, porém ela não estava mais lá, era apenas uma parede com uma pintura amarelo Nápoles, minha casa havia desaparecido. Sei que deveria me preocupar, mas me senti tão bem dentro da toca, que nem me incomodei.
Ela era pequena e aconchegante, tinha uma pequena lareira na parede, com fogo crepitando, acima da lareira, vi fotos de coelhos em varias partes do mundo, ao lado da lareira duas estantes abarrotas de livros, a maioria velhos, mas bem preservados, no centro da sala, uma poltrona marrom bem aconchegante e do lado uma pilha de livros, fui até eles, e vi o que estava por cima, um livro de capa verde, escrito ‘Verdade’ de dourado, fiquei curioso em ler, mais um cheiro irresistível me atingiu, e olhei para o outro lado da toca, onde uma pequena cozinha se encontrava, e em cima da pia, uma bandeja com lindas cenouras, andei até elas e peguei uma. Quando mordi senti um sabor maravilhoso, e me deparei com meu reflexo na bandeja de prata, eu tinha enormes orelhas brancas, e um bigode, que me deixava bem engraçado. Comecei a cantar e dançar pela toca, enquanto comia minha cenoura, me sentindo muito feliz, sem motivo algum, e por todos os motivos ao mesmo tempo.
Quando atravessei a toca, cheguei a uma pequena escada que leva a porta de entrada, girei a maçaneta, e quando abri, uma luz bem alaranjada do entardecer invadiu minha visão, sai da toca, que estava entre as raízes de uma arvore enorme. Percebi que era outono, pois as folhas eram amareladas, e caiam aos montes. Um pouco a frente vi flores brancas e violetas, e uma caixa de correi escrito: Mr. Sebastian.  Me senti extasiado, aquela só poderia ser minha casa.
Comecei a andar pelo terreno, tinha uma bela horta cercada, com repolhos, cenouras, rabanetes, e várias outras delicias. Alguma borboletas me rodeavam, como se estivessem dançando.
Algo chamou minha atenção, uma toalha branca estendida na grama ao pé de uma arvore, com uma cesta de madeira, e do lado um pires com uma xícara, e o cheiro que vinha dela era delicioso. Larguei o resto da minha cenoura e fui até lá, o cheiro do café era muito bom, quando peguei o pires, vi seus detalhes que o fazia único, a borda toda dourada, com detalhes de flores pintadas a mão. Levei o café até minha boca, e quando tomei um gole tudo ficou escuro, silencioso, e eu caí desmaiado.
Acordei assustado na cadeira em frente a meu computador, olhei para a janela, mas ela estava fechada, e meu reflexo no vidro estava normal...
Não sabia me sentia feliz, ou decepcionado por isso, porém logo me animei, pois finalmente sabia o que escrever.
Vou escrever sobre um coelho! Mas não um coelho com pressa, e atrasado, correndo atrás de um trem, e sim um coelho que vive sua vida tranquilamente em sua toca, e a vive de forma verdadeira, afinal a verdade está onde menos se espera, e às vezes ela pode literalmente estar dentro da toca de um coelho.

                                                                Raissa Istvan

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Violência

Quando vi o que estava acontecendo, percebi que não tinha mais volta. Os dois grupos engajado em uma batalha, cerca de 40 pessoas de cada lado, alguns carregando garrafas de vidro quebradas, canivetes, tacos de beisebol, e outros sem nada, apenas com seus punhos, mas com os olhos brilhando cheios de raiva.
Eu estava um pouco distante, vendo a cena de longe. Uma tarde nublada, com uma chuva prestes a cair, o espaço era uma rua antiga e larga, do subúrbio, aparentemente abandonada, pois as lojas estavam todas fechadas, os muros pinchados e postes quebrados. Lixos se espalhavam pelos becos, emitindo um fedor que se misturava com a umidade do ar.
Os dois grupos correram um em direção ao outro, todos gritando, e quando se encontraram, foi uma das cenas mais lindas que já vi, as pessoas com tacos e pedaços de madeira, batiam em seus oponentes na cabeça com força, deixando eles desorientados por alguns segundos, então derrubavam eles no chão e começavam a chuta-los na boca do estomago fazendo eles cuspirem sangue. Vi um homem de quase 2 metros esmagando a cabeça de outro com seus punhos, uma mulher com um canivete rasgando o rosto de um oponente da boca até as orelhas rindo enquanto o sangue espirrava em seu rosto. O cheiro doce do sangue se espalhou pelo ar, e quando chegou a meu nariz, fui acometida de raiva e ansiedade, minhas mãos tremendo com a vontade de entrar na briga desceram até o bolso traseiro do meu jeans, e meus dedos logo entraram e se acomodaram no meu soco inglês, aquela sensação gelada e familiar que a tempos não tinha.
As pessoas temiam que eu entrasse na briga, pois quando começo não consigo me controlar, não faço mais diferença entre amigos e inimigos, meu único sentimento é um prazer imenso imerso em raiva, e perco a razão.
Eu não conseguia mais me controlar com o cheiro de sangue e aquela linda visão a minha frente. Em um impulso, me soltei das mãos que me prendiam, e corri a toda velocidade ao encontro da batalha, eles até tentaram me seguir, mas sou mais rápida, e em menos de 2 minutos já estava no meio.
Um punho veio em minha direção, eu me esquivei abaixando, tirei minha mão com o soco inglês do meu bolso e ainda abaixada acertei ele na boca do estomago, só quando levantei meu olhar que vi em quem batia, era um homem ruivo de baixa estatura, do grupo oposto, eu acho...
Ele tentou me chutar pela lateral, eu segurei sua perna no ar com um braço e soquei com o outro bem em cima do joelho ouvindo aquele maravilhoso som de ossos se quebrando. Meu inimigo caiu se contorcendo de dor, e comecei a chutar suas costelas, quando senti uma mão segurando meu braço por traz, e me virei de uma vez dando um soco no rosto de uma mulher.
Tinha a estranha sensação de que a conhecia, porem meus sentidos estavam confusos, e eu só pensava em bater e extravasar minha raiva. A mulher me olhou com espanto e começou a gritar comigo, eu dei uma joelhada, e enquanto ela perdia o ar soquei seu rosto com tanta força, que meu soco inglês rasgou um pedaço da pele de sua bochecha, ela caiu arfando, quando comecei a chutar sua cabeça até perder a consciência, e só então parei. Um homem caiu ao meu lado, desmaiado, e percebi que ele tinha um canivete em uma das mãos, eu me abaixei e peguei o canivete. Corri um pouco mais para o centro da luta, onde varias pessoas já estavam mortas ou desmaiadas no chão, uma mulher de cabelos curtos e loiros estava de costas pra mim... Uma péssima ideia da parte dela...
Sem dó nem piedade, enfiei o canivete em suas costas, na base da coluna e subi até quase nos ombros, sangue espirrou em mim, um pouco perto da minha boca, eu limpei ele com a língua, sentindo aquele gosto doce, e enquanto a mulher gritava de dor, uma gargalhada explodiu da minha garganta. Eu estava descontrolada, e sabia disso, mais era a melhor sensação do mundo. Meus braços começaram a tremer pedindo mais, e minha mente pensava apenas em continuar a bater, bater até morrer.                               

                                                                           Raissa Istvan

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Auto análise..!

Como é calmo o mar...
Calmo e tempestuoso ao mesmo tempo...
Como minha mente!
Apresenta uma superfície plana que se estende até onde a vista alcança, com uma cor azul tão intensa, que a primeira vista todos ficam fascinados.  Mais só quem mergulha nele, que o conhece realmente. Cheio de criaturas marinhas das mais diversas, bonitas, feias, algumas engraçadas, umas inofensivas, e outras são monstros sanguinários...
Apresenta locais com água cristalina e lindas barreiras de corais coloridas, cheias de criatividade, mais também apresenta os mais profundos e obscuros abismos, que ninguém se atreve a descer, e quem vê o mar por fora, nem imagina que ele abriga tais obscuridades.
Calmo e tempestuoso...
Claro e escuro...
Lindo e medonho...
Salgado, como minha mente!

                                                                      Raissa Istvan


segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Porque eu não consigo me prender a este mundo?
Porque a minha realidade não me satisfaz?
Talvez por isso eu leia tanto, em busca do conforto e das aventuras que eu almejo mais minha realidade não me proporciona.
Tem dias que acordo com uma enorme vontade de, como a Lucy, entrar em um guarda roupa e descobrir outro mundo, uma vontade tão grande que tudo a minha volta se torna enfadonho. Torno-me prisioneira dos meus pensamentos, da minha imaginação e dos meus sentimentos, crio mundos fantásticos na minha cabeça, com histórias incríveis, e viajo por eles tão intensamente que quando sou obrigada a voltar a minha realidade, a tristeza toma conta de mim.
Imagino que o mesmo ocorra com algumas drogas, levando as pessoas a euforia, para depois leva-las a abstinência e a depressão. Minha droga é a minha imaginação, mais eu considero uma droga boa, pois eu sei que nunca vou me adaptar totalmente a minha realidade.
Ela é meu refugio, um local apenas meu que ninguém mais tem acesso, e que eu posso visitar sempre que sentir vontade.
Sei que esse texto está um pouco depressivo e misantropo, mais infelizmente (ou felizmente) é como estou me sentindo hoje, e resolvi compartilhar, talvez alguém me entenda e sinta algo parecido.
                                                                     
                                                                                                               
Musica perfeita para tais pensamentos:  http://www.youtube.com/watch?v=E7iJFu2v9x0                                                                                                                                                                   Raissa Istvan

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Oque passa pela minha cabeça quando ouço a musica The Kraken, da trilha sonora de Piratas do Caribe.

Eu sempre imaginei essa cena como um vídeo, e com desenhos, mais nunca realizei desse modo, então resolvi escrever:

'Três seres andavam pela rua, ambos obstinados, mais não qualquer ser, eram de uma das espécies mais raras, com corpo humano e cabeça de tubarão martelo!
Os três bem vestidos de terno e gravata, alinhados. O primeiro com as mãos nos bolsos, o da direita com as mãos seguindo seu caminhar, e o da esquerda com apenas uma mão no bolso, e a outra martelando em sua perna no ritmo de uma musica forte imaginária.
Ambos andavam em linha reta, com o olhar fixado em seu caminho, os outros seres, apenas desviavam quando eles passavam, pois era o único a ser feito. Todos sabiam do poder dos cabeça de martelo, eram a maior máfia do submundo, e ninguém se atrevia a ir contra eles, nem o próprio governo.
A cada esquina que eles viravam, estavam sempre ritmados, como se fosse um clipe de uma musica que apenas eles ouviam. Assim que eles chegaram a praça central, todos que ali estavam abriam caminho, e os três sentaram no banco do meio, com postura despojada, o da esquerda se sentou na parte de cima, tirou um cigarro, entregou ao do meio, que colocou na boca, enquanto acendia com seu isqueiro dourado.
O da esquerda olhou por um instante para o relógio em seu pulso, e chamou a atenção dos outros dois, era hora do espetáculo começar:
Os três olharam juntos para frente, para uma enorme igreja estilo gótica no centro da praça. A população logo percebendo o que estava prestes a acontecer, saiu às pressas, parando nas ruas em volta a praça para presenciar.
Exatamente ao meio dia, quando o pequeno relógio de pulso de um dos três apitou 12 vezes, a igreja explodiu, varias cores faiscavam no ar, vermelho, azul, verde, e pedaços da igreja voavam por todos os cantos, partes da vidraçaria caiu aos pés deles, que não sorriam, apenas assistiam ao espetáculo friamente.  A população assistia estupefata, sem entender o que os levou a fazer isso, mais ninguém se atrevia a perguntar.
O apesar de ser meio dia, o céu se iluminou intensamente com a explosão, e o calor irradiou por toda a praça.
Quando a explosão terminou, e apenas os destroços da igreja podiam ser vistos, os três se levantaram simetricamente, e sem olhar para ninguém, e voltaram pelo mesmo caminho de onde vieram.'

                                                                                        Raissa Istvan

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Caronte -Inspirado na obra - A Divina Comédia, de Dante.

                             

‘’Porque zombas Caronte, das pobres almas que aqui se alojam
  Almas a espera de sua dor eterna, do fogo e do gelo
  Alma aos prantos, sem esperança de revê-lo

  Não percebes que sua pobre alma
  também está fadada ao exílio eterno?
  Passará a eternidade sobre o Aqueronte
  guiando esses temerosos para os montes.

  Nunca descansarás de sua labuta eterna
  e poderá ver apenas o vislumbre de um sonho
  de talvez um dia alcançar a luz externa. ‘’


               -Raissa Istvan 


quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Influência...

Durante aquele momento, sentada naquele banco de praça, ela olhava no fundo dos olhos dele, ouvindo sua voz, seus relatos que a tranquilizavam de um jeito estranhamente reconfortante. Ela se sentia feliz, e sorria. Não o sorriso que era acostumada a dar, apenas por convenção, mais sorria de verdade, pois se sentia feliz. Tudo o que ele dizia, era absorvido por ela como uma esponja absorve a água. Ele próprio não tinha noção do efeito que causava nela, da influência que tinha sobre ela.
Admirada, sua atenção se desligava de tudo a sua volta, dos carros, as outras pessoas que passavam, a vida continua que acontecia a sua volta, tudo era desligado e sua atenção se voltava apenas para as palavras dele, se esforçando ao máximo para gravar tudo o que conseguir aprender ao máximo, e impressiona-lo, pois sentia essa vontade em seu intimo!
O tempo parecia não passar, e quando se deu conta, já era hora de partir.
Então tudo desabou! O mundo desabou a sua volta, teria de voltar a sua realidade, e ela tinha certeza que sua realidade a observava de longe, apenas esperando esse momento para voltar a atacar. O medo a dominou novamente, e após se despedir e começar a seguir seu caminho sentiu como se aquele breve momento de alegria e aconchego tivesse ocorrido a séculos atrás...
Não foi necessário colocar o fone de ouvido, as notas de Toccata and Fugue¹ vinham a sua cabeça espontaneamente, formando a melodia que a perseguia dia e noite. Enquanto subia a rua escura e deserta, tentou ao máximo controlar suas emoções, manter sua respiração estável, e pensar em coisas agradáveis, tentando enganar seu medo. Ele próprio havia falado com ela, que somos nós quem criamos nossos medos, e que apenas o criador, tem como parar o que começou.  O problema é que a muito ela tinha perdido o controle sobre aquilo, de tal forma que isso a dominava todo momento em que estava só.
Quando virou a esquina, sentiu sua presença, ouviu seu sorriso sardônico em sua mente, e sabia que aquilo estava próximo. Sem seu consentimento seus dedos deslizaram para seu pulso em busca da sua lua crescente, quando se lembrou que ela não estava lá, havia perdido, e nada mais a protegia agora. Nesse momento parou, pois na próxima esquina estava a silhueta daquilo, suas mãos começaram a suar, e os pelos de sua nuca arrepiaram. Não tinha mais como voltar, esse era o único caminho. Então lentamente ela andou em direção ao seu pior pesadelo, e quanto mais chegava perto, mais seu pesadelo sorria diabolicamente, até que ele com um simples gesto de levantar a mão a fez congelar. Ela e tudo a sua volta, pois o carro que vinha de longe também parou. Sem poder mover um músculo, ela encarou, enquanto ele vinha em sua direção, sem olhos, sem nariz, apenas um sorriso diabólico em uma silhueta de sombra. Era agonizante não poder fechar os olhos, e ele tirava vantagem disso.
Parou na frente dela, e nada dizia. Apenas se divertia a encarando, ele deu  a volta, e parou atrás dela.
‘’Eu sei o que você está sentindo’’ Soou a voz dentro de sua cabeça, ‘’você pensa que encontrou um refugio.’’
‘’Não se engane, nada disso é real! Você como ninguém sabe disso, mais insiste em acreditar e manter essa farsa. Nunca se esqueça que eu sempre estou perto de você, a todo momento, a todo instante, até o dia marcado.’’  Seu coração disparou nesse instante, pois sabia que o dia estava chegando, e não tinha como fugir dele. ‘’E ele, será muito importante para o final’’
Não pode ser, a nenhum momento eu imaginava que colocaria ele em perigo, sobre algo que não tenho controle, tenho que livrar tirar ele fora dessa, custe o que custar .- Ela pensou
Nesse instante foi cortada de seu devaneio pela buzina de um carro, e o olhar de um motorista impaciente e estressado.
Tinha acabado... Aquilo se foi!
Não... Ele nunca iria, e ela sabia disso. Pelo menos não até o dia final. Ainda com a respiração ofegante, se apressou em direção a sua casa, ignorando todo o resto ao seu redor.

¹Composição de Johann Sebastian Bach
                                                                    Raissa Istvan

Não deixa de ser peculiar!

Verde, azul, amarelo, vermelho....
Vermelho? Espelho!
Espelho? Vitrine!
Enquanto ando por esse calçamento de brasas, olho para o lado, e vejo uma vitrine. Meus olhos refletidos nela, e através deles, calçados! Muitos calçados! A vitrine se quebra em milhões de pedacinhos e os calçados um por um começam a flutuar.... caminhar em volta de mim. Não paro de andar um segundo, pois o tempo é curto, e eu curto cada milésimo como se fosse o ultimo dos moicanos!
Se não bastasse os sapatos a minha volta, que aparentemente ninguém parece notar, pois estão todos apáticos seguindo cegamente, sem mente enquanto mentem seus caminhos. As vitrines de vestidos de noiva alçam voo, e todos aqueles vestidos brancos em pranto, na esperança de terem esperança seguem seus caminhos sombrios até a igreja mais próxima, formando filas de noivas zero, sem noivos para satisfazer seu prazer de ser, para depois apenas padecer.
Ao meu lado vejo um samurai aposentado, coberto por chocolate. Ele me lança um sorriso sardônico, sem vômito, esperando ver espanto em meus olhos. Que perca de tempo... Meus olhos já estão acostumados a tais eventos, não perdendo nunca minha admiração, que não deixa de ser sem noção.
A cada esquina arvores que na verdade são ents, e que estão doentes rezam pra serem notadas, Tolkien já previa tudo isso à anos luz atrás. Continuo sempre a andar, sem nunca parar, até que um fusca verde reluzente passa por mim, com uma enorme caixa de som, que tem o poder de fazer as ondas sonoras ser vistas, ondas multicoloridas que deformam o tempo e o espaço relativamente, de um jeito que deixaria Einstein sem palavras e sem língua!
A míngua, crianças amargas, fascinadas e  fantasiadas de abelhas tentam sem sucesso voar, são baixinhas, e vejam só! Adivinha quem está aqui?
A rainha dos baixinhos, em carne e osso!  Ela desceu em sua nave oval, trazendo consigo vários peixes fluorescentes que caem do céu vindo de realidades diferentes. Nesse momento gatos de cor amarelo Nápoles começam a brotar de cada beco visível, fazendo o possível e o impossível para degustar seu jantar.
Agora que já estou quase no final, me pergunto: Onde está a minha coesão textual? Não consigo encontra-la! Acho que a perdi em meio as várias marcas e logomarcas que se locomovem por essa realidade sórdida que deveria ser o projeto de uma cidade, mais não é, pois esse projeto só pode ser alcançado se houver uma luz. Uma luz verde, azul, amarelo, vermelho...  E essa luz nunca poderá ser alcançada por mãos muito menos tentáculos humanos. Seu segredo está guardado talvez no mercado, mais como eu, uma mera imortal não tenho acesso a ele, resolvi apenas gravar todo esse relato em minha caixola, para quando chegar em minha pequena toca, escrever tudo com meu lápis, que na verdade é uma caneta, que na verdade é uma cenoura muito descontente com sua classe social...
Provavelmente sentirei  vontade de compartilhar esse relato, com mais pessoas apáticas incluídas no submundo da internet, não me excluindo desse meio, sem o qual não semeio minha loucura!              

                                                             !Raissa Istvan!

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Morgana fala...

Em vida, chamaram-me de muitas coisas: irmã, amante, sacerdotisa, maga, rainha. O mundo das fadas afasta-se cada vez mais daquele em que cristo predomina. Nada tenho contra o Cristo, apenas contra os seus sacerdotes, que chama a Grande Deusa de demônio e negam o seu poder no mundo. Alegam que, no máximo, esse seu poder foi o de Satã. Ou vestem-na com o manto azul da Senhora de Nazaré – que realmente foi poderosa, ao seu modo –, que, dizem, foi sempre virgem. Mas o que pode uma virgem saber das mágoas e labutas da humanidade?
E agora que este mundo está mudado e Arthur – meu irmão, meu amante, rei que foi e rei que será – está morto (o povo diz que ele dorme) na ilha sagrada de Avalon, é preciso contar as coisas antes que os sacerdotes do Cristo Branco espalhem por toda parte os seus santos e lendas.
Pois, como disse, o próprio mundo mudou.
Houve tempo em que um viajante se tivesse disposição e conhecesse apenas uns poucos segredos, poderia levar sua barca para fora, penetrar no mar do Verão e chegar não ao Glastonbury dos monges, mas à ilha sagrada de Avalon: isso porque, em tal época, os portões entre os mundos vagavam nas brumas, e estavam abertos, um após o outro, ao capricho e desejo dos viajantes. Esse é o grande segredo, conhecido de todos os homens cultos de nossa época: pelo pensamento criamos o mundo que nos cerca, novo a cada dia.
E agora os padres, acreditando que isso interfere no poder do seu Deus, que criou o mundo de uma vez por todas, para ser imutável, fecharam os portões (que nunca foram portões, exceto na mente dos homens), e os caminhos só levam à ilha dos padres, que eles protegeram com o som dos sinos de suas igrejas, afastando todos os pensamentos de um outro mundo que viva nas trevas. Na verdade, dizem eles, se aquele mundo algum dia existiu, era propriedade de Satã, e a porta do inferno, se não o próprio inferno. Não sei o que o Deus deles pode ter criado ou não. Apesar das historias contadas, nunca soube muito sobre seus padres e jamais usei o negro de uma de suas monjas-escravas. Se os cortesãos de Arthur em Camelot fizeram de mim este juízo, quando fui lá (pois sempre usei as roupas negras da Grande Mãe em seu disfarce de maga), não os desiludi.
E na verdade, ao final do reinado de Arthur, teria sido perigoso agir assim, e inclinei a cabeça à conveniência, como nunca teria feito a minha grande Senhora, Viviane, Senhora do Lago, que depois de mim foi a maior amiga de Arthur, para se transformar mais tarde em sua maior inimiga, também depois de mim.
A luta, porém, terminou. Pude finalmente saudar Arthur, em sua agonia, não como meu inimigo e o inimigo de minha Deusa, mas apenas como meu irmão, e como um homem que ia morrer e precisava da ajuda da mãe, para a qual todos os homens finalmente se voltam. Até mesmo os sacerdotes sabem disso, com sua Maria sempre-virgem em seu manto azul, pois ela, na hora da morte, também se transforma na Mãe do Mundo.
E assim, Arthur jazia enfim com a cabeça em meu colo, vendo-me não como irmã, amante ou inimiga, mas apenas como maga, sacerdotisa, Senhora do Lago; descansou, portanto no peito da Grande Mãe, de onde nasceu, e para quem, como todos os homens, tem a finalidade de voltar. E talvez – enquanto eu guiava a barca que o levava, desta vez não para a ilha dos padres, mas para a verdadeira ilha sagrada no mundo das trevas que fica além do nosso, para a ilha de Avalon, aonde, agora, poucos, além de mim, poderiam ir – ele estivesse arrependido da inimizade surgida entre nós.(...)
A verdade tem muitas faces e assemelha-se à velha estrada que conduz a Avalon: o lugar para onde o caminho nos levará depende da nossa própria vontade e de nossos pensamentos, e, talvez, no fim, chegaremos ou à sagrada ilha da eternidade, ou aos padres, com seus sinos, sua morte, seu Satã e Inferno e danação...Mas talvez eu seja injusta com eles. Até mesmo a Senhora do Lago, que odiava a batina do padre tanto quanto teria odiado a serpente venenosa, e com boas razões, censurou-me certa vez por falar mal do deus deles.
“Todos os deuses são um deus”, disse ela, então como já dissera muitas vezes antes, e como eu repeti para as minhas noviças inúmeras vezes, e como toda sacerdotisa, depois de mim, há de dizer novamente, “e todas as deusas são uma deusa, e há apenas um iniciador. E cada homem a sua verdade, e Deus com ela”.
Assim, talvez a verdade se situe em algum ponto entre o caminho para Glastonbury, a ilha dos padres, e o caminho de Avalon, perdido para sempre nas brumas do mar do Verão.
Mas esta é a minha verdade; eu, que sou Morgana, conto-vos estas coisas, Morgana que em tempos mais recentes foi chamada Morgana, a Fada.
Marion Zimmer Bradley, As Brumas de Avalon

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Projeto Reitzell parte II

Continuação do primeiro capitulo:

 ''Neste instante um raio de sol iluminou seu rosto, ela levantou a cabeça e tirou uma mecha de  cabelo castanho que havia caído em seu rosto.  Reitzell começou a reparar no quanto a floresta é bonita, as arvores grandes e velhas, suas grossas raízes que alcançam até 1 metro acima da terra, os troncos escuros com musgos, e as copas que se encontram no alto, deixando pouca luz entrar, mas os poucos raios de sol que entravam com um brilho dourado deixava o local ainda mais belo, como um lugar tão lindo poderia ser proibido? Um novo estrondo a despertou de seu devaneio, um cheiro salgado de sopa invadiu seu nariz, fazendo seu estomago roncar, já era quase hora do almoço, e ela foi tomada por uma estranha curiosidade de saber a origem do cheiro, afinal até onde sabia a floresta era desabitada, então quem poderia ser? Ela foi até onde sua flecha havia caído, percebeu que tinha um pouco de sangue do cervo nela, que ela limpou em seu manto e guardou na aljava, e decidida a descobrir a origem do cheiro tomou seu caminho em rumo ao sul, adentrando cada vez mais na misteriosa e linda floresta.

Enquanto caminhava ela encontrou  várias ervas que estavam em falta na aldeia, colheu algumas e guardou em sua pequena bolsa de suprimentos,após alguns minutos já não ouvia mais a voz dos amigos, e pela primeira vez dês de que entrou na floresta sentiu medo por estar ali sozinha, se deu conta de que poderia ser perigoso, pois algum motivo os aldeões mais antigos tinham em proibir esse lugar. Mais sua curiosidade agora é muita, e ela estava decidida a ir até o final. Quando o cheiro ficou mais forte, Reitzell começou a andar com mais cuidado, sem fazer ruídos, e deixou uma flecha já preparada em seu arco, quando ela avistou uma pequena casa a distância, se esgueirou atrás das arvores para não ser vista, e se aproximou até uma distância razoável. Observando a casa notou que era bem simples, tinha apenas uma porta, e uma janela, era feita de madeira, e parecia bem velha, o telhado era simples adornado de palha, e mato crescia ao redor, dando uma impressão de abandonada. Seu olhar logo foi atraído para um corpo no chão, e quando ela viu quase deu um pequeno grito de surpreza, pois o corpo que estava no chão, era do cervo que estava caçando há pouco tempo. Ele estava morto com uma enorme ferida na cabeça, ela olhou em volta, mais não viu ninguém e os pelos de sua nuca se eriçaram, e ela ficou alguns segundos paralisada, sem saber o que fazer  quando se deu conta de que foi longe de mais, e que estava ali a tempo de mais, então ela se virou e começou a voltar, quando novamente um estrondo a assustou, a fazendo soltar um pequeno grito, e se virar para traz.
O que ela viu nesse momento, ficará pra sempre em sua memória. Um velho olhando diretamente em seus olhos sem transmitir sentimento algum, sua pele morena contrastava com o cabelo levemente grisalho e curto, porém a barba muito longa e acinzentada, usando uma manta marrom avermelhada. Em suas mãos estava um enorme machado sujo de sangue com o cabo verde e um crânio de caveira pendurado, amarrado por uma corda vermelha.  Ele não dizia nada, apenas a fitou com olhos inexpressivos, eles se entreolharam por apenas alguns segundos, o que pareceu uma eternidade. O medo que sentia antes sumiu, mais a sensação de perigo continuava viva, e presa em sua garganta, como se fosse um grito, após esses segundos inexplicáveis, ela voltou a si, se virou e correu, como se sua vida dependesse disso.''

terça-feira, 30 de julho de 2013

Projeto Reitzell

Essa é uma estoria que estou escrevendo a um tempo, como o primeiro capitulo é um pouco grande, vou dividir em algumas partes, a primeira é esta que estou postando.
É importante ressaltar que essa estoria não se passa em nosso mundo, e apesar de aparentar um período medieval, é mais antigo. Tenho o mapa desse mundo desenhado, mais ainda não tem necessidade postar, pois não é importante no início! Espero que gostem!

''Reitzell podia ouvir as vozes distantes dos amigos a chamando , mas não deu muita atenção. Continuou cuidadosamente adentrando a floresta, os pés mal tocavam o chão e não faziam nenhum ruído,ela  estava em silêncio e com a respiração controlada. Nunca chegara tão longe dentro da floresta velha, o máximo foram uns 50 metros quando ainda era uma criança, e a bola com a qual ela e outras crianças brincavam caiu dentro da floresta, seus amigos desistiram da brincadeira e foram pra casa, eles sabiam que se entrassem ali teriam problemas. Mais Reitzell não ficou satisfeita, diferente das pessoas de sua aldeia, ela não tinha medo da floresta, e voltou mais tarde no mesmo dia pra buscar seu brinquedo, entrou com cuidado, foi em direção a bola, a pegou e voltou rapidamente, nem teve tempo de reparar a floresta por dentro, nunca contou a ninguém o que tinha feito, e por fim acabou escondendo a bola, pois sabia que se seus amigos vissem, eles saberiam que ela tinha entrado.
Dessa vez era diferente, seus amigos viram ela entrar, e agora a estão chamando do lado de fora, Reitzell sabia que teria sérios problemas mais já era tarde de mais, por isso agora não faz diferença voltar ou não. Além do mais, ela não queria perder a aposta que fez mais cedo com Lissana, sua amiga que conhecia a tanto tempo que eram quase irmãs. Lissana havia ganhado a ultima disputa de arco e flecha, pois sempre foi melhor no arco, por isso Reitzell não podia se dar ao luxo de perder essa,  a que conseguir o maior cervo ganha, e esse é com certeza o maior servo que elas já tinham visto. Separar ele do bando foi fácil, o problema é que o cervo correu pra dentro da floresta velha. Ela estava tão concentrada na caça, que só se deu conta que estava dentro da floresta quando ouviu os amigos a chamando. Nenhum se arriscou a entrar, o que não era uma surpresa, pois outros habitantes da aldeia estavam por perto.
O que significa que ela já está ferrada, sem importar se volte ou não, então pelo menos voltaria com o servo.
Reitzell se espreitou atrás do grosso tronco de um cedro, espiou com um olho, e viu o cervo parado a alguns metros dela, sua pelagem avermelhada daria um ótimo manto para o inverno, e seus enormes chifres poderiam servir de cabo para suas adagas. Ele estava assustado e alerta, com as orelhar eriçadas, atentas a qualquer ruído, então cuidadosamente ela passou a mão pela pena da flecha que está na sua aljava, a puxou e posicionou em seu pequeno arco avermelhado, o colocou deitado na altura dos ombros, e espreitou os olhos procurando a melhor mira. Demorou alguns segundos, até se concentrar e estar pronta, ela deu uma respirada mais profunda e soltou a flecha. Nesse exato instante, um estrondo arrebatou a floresta , e vários pássaros voaram ao sul, Reitzell se assustou, e para seu desgosto o cervo também, pois correu no mesmo instante, e a flecha pegou de raspão. Frustrada, olhou em volta a procura da origem do som, mais foi longe, porém ela sabia que a origem desse som não era animal, era um som metálico, e sem sombras de dúvidas, de origem humana, mais como poderia ser, se essa é uma floresta desabitada?''


(Essa imagem é apenas para ilustrar... Essa não é a aparência da Reitzell)
Raissa Istvan

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Dia do Escritor - Marion Zimmer Bradley

25 de Julho     Dia do Escritor

Como hoje é o dia do escritor, resolvi homenagear minha escritora favorita, Marion Zimmer Bradley.

Marion assim como eu é do dia 3 de junho, nasceu em 1930, e morreu aos 69 anos.
Vários motivos me levaram a ser sua fã, seu estilo de escrever é atraente e diferente de qualquer outro escritor que eu já li, os temas e momentos históricos nos quais ela narra sua histórias sempre me fascinam.
Porém o aspecto de Marion que mais aprecio, é que ela narra suas histórias quase sempre sob uma perspectiva feminista, como em As Brumas de Avalon e O Incêndio de Troia, que na grande maioria das vezes são narrados de um ponto de vista masculino.

Marion era apaixonada com magia e o sagrado feminino, algo que compartilhamos além da data de nascimento, e ela descreve muito sobre isso em seus livros.
Ela deixou mais deixou mais de meia centena de livros, entre eles os mais famosos são, As Brumas de Avalon, Incêndio de Troia, A Casa da Floresta, e a serie Darkove.
Pretendo postar alguns trechos de seus livros aqui no blog, os que eu acho mais interessante, e valem a pena ser lido por todos!

                                                                                                                          Raissa Istvan



terça-feira, 23 de julho de 2013

Porque Istvan?

Muitos me perguntam isso, afinal, esse não é meu verdadeiro sobrenome!
Então eis a explicação:
Istvan, ou Tio Istvan, é uma carta de um jogo de rpg chamado Magic. Não é uma carta especial, ou nada do tipo, é uma carta comum! Mais é a minha preferida, e seu personagem, eu considero um Deus!
Tio Istvan, é um velho Ermitão louco, que mora sozinho em florestas obscuras! Inclusive estou criando uma livro, onde apesar de ele não ser o personagem principal, terá um papel fundamental na trama! O primeiro capitulo dele já está escrito, só preciso revisar, então postarei ele posteriormente.
Tio Istvan é um ser imaginário de estrema importância pra mim, um exemplo a ser seguido! Ele vive sosinho na floresta, não precisa de ninguém...  Utilizando de termos brutos: Ele é Foda!
Acabei adotando seu nome, e agora muitos me conhecem é assim!
''A solidão deixou o velho ermitão louco
hoje ele só anda na companhia daqueles que  
consegue agarrar''

 Alguns meses atras, eu estava ouvindo uma musica celta, e um trecho de uma estória se formou na minha cabeça. Na mesma hora, peguei o primeiro caderno velho que encontrei, e escrevi.
Essa estória não tem um início, é praticamente o final dela, e eu confesso que não sei como ela começa...
Apenas essa parte me veio a mente, e eu me identifiquei muito, consegui imaginar perfeitamente o momento, como se fosse um passado distante das minhas próprias memórias.
Sem mais delongas, deixo com quem quer que tenha o interece de ler, meu pequeno trecho de um final de jornada:

     
''Finalmente eu estava ali. No centro do circulo de pedras, depois de todas as dificuldades que enfrentei pra chegar até aqui, depois de tudo que passei - Estava tudo terminado. Ainda podia sentir a energia das pedras passando através de mim, arrepiando os pelos dos meus braços, nuca e acelerando meu coração. Abri os olhos. Vi o circulo de pedras, e além delas a imensidão dos campos verdes até onde minha vista podia alcançar o céu nublado anunciando uma tempestade prestes a cair com todos seus relâmpagos e trovões, senti o cheiro de terra molhada... Ah, como eu amo esse cheiro...
Não havia ninguém por perto, eu estava sozinha, ou pelo menos assim pensava, até que me sentei e vi fora do circulo aquelas estranhas criaturas brancas, de corpo pequeno e grandes cabeças, não eram maiores que um cachorro de pequeno porte e por mais estranhos que parecessem não me transmitiam medo. Como sempre, não falavam nada, apenas faziam um estranho barulho que se parecia com o som de pequenos galhos secos se partindo ao serem pisados, mas eu sabia que eles estavam ali pra me guiar de volta, nesse momento me senti triste, queria ficar pra sempre ali, mais infelizmente não podia, pois não pertencia aquele lugar.
Depois de algum tempo observando aquelas criaturas e já entendendo o que elas queriam me dizer com seus ruídos secos, saí dos circulo e imediatamente elas começaram a caminhar e a olhar pra mim, elas queriam que as seguisse e assim o fiz até chegarmos ao alto de um morro, olhei pra trás, e quando vi o circulo de pedras já distante tive vontade de chorar, me segurei o máximo que pude, mas não pude conter uma lágrima que escorreu suavemente pelo meu rosto, provavelmente nunca mais voltaria a ver aquele lugar. Depois de alguns minutos e a tempestade já se mostrando impaciente pude ver a frente o portal, como uma deformação no espaço, uma linda deformação de cor azulada, ondulando no ar como água cristalina. As criaturas me olhavam esperando que eu entrasse, e assim eu fiz, voltando finalmente a minha casa.

Terminando assim minha missão.''



Bem, é isso... Talvez um dia eu me inspire para criar e escrever, um enredo! 
      Obrigado a quem leu!  Raissa Istvan


Agora são 1:34 da madrugada, estou deitada na cama, com o notebook no colo...
Não consigo dormir, acabei de terminar um livro que estava lendo, e a muito tempo pensava em fazer um blog, pra postar algumas estórias que eu crio, e compartilhar pensamentos.
Mais nunca me animei o suficiente! Até hoje! Pode ser que meu blog não vá pra frente, e nem fique famoso, é claro que eu gostaria disso, mais não é oque eu espero agora!
Só quero um lugar pra poder soltar oque crio e oque penso as vezes, e achei a ideia do blog perfeita! =)

Pessoinhas, fiquem a vontade para criticar e apontar defeitos, pois eu não ligo pra isso!  Acho bom, pois me ajudam a crescer!

Se se depararem com erros de ortografia, já vou avisando que esse é meu fraco!
Minhas histórias não são lá Zimmer Bradley, mais eu me esforço, e um dia chego lá!