quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Não deixa de ser peculiar!

Verde, azul, amarelo, vermelho....
Vermelho? Espelho!
Espelho? Vitrine!
Enquanto ando por esse calçamento de brasas, olho para o lado, e vejo uma vitrine. Meus olhos refletidos nela, e através deles, calçados! Muitos calçados! A vitrine se quebra em milhões de pedacinhos e os calçados um por um começam a flutuar.... caminhar em volta de mim. Não paro de andar um segundo, pois o tempo é curto, e eu curto cada milésimo como se fosse o ultimo dos moicanos!
Se não bastasse os sapatos a minha volta, que aparentemente ninguém parece notar, pois estão todos apáticos seguindo cegamente, sem mente enquanto mentem seus caminhos. As vitrines de vestidos de noiva alçam voo, e todos aqueles vestidos brancos em pranto, na esperança de terem esperança seguem seus caminhos sombrios até a igreja mais próxima, formando filas de noivas zero, sem noivos para satisfazer seu prazer de ser, para depois apenas padecer.
Ao meu lado vejo um samurai aposentado, coberto por chocolate. Ele me lança um sorriso sardônico, sem vômito, esperando ver espanto em meus olhos. Que perca de tempo... Meus olhos já estão acostumados a tais eventos, não perdendo nunca minha admiração, que não deixa de ser sem noção.
A cada esquina arvores que na verdade são ents, e que estão doentes rezam pra serem notadas, Tolkien já previa tudo isso à anos luz atrás. Continuo sempre a andar, sem nunca parar, até que um fusca verde reluzente passa por mim, com uma enorme caixa de som, que tem o poder de fazer as ondas sonoras ser vistas, ondas multicoloridas que deformam o tempo e o espaço relativamente, de um jeito que deixaria Einstein sem palavras e sem língua!
A míngua, crianças amargas, fascinadas e  fantasiadas de abelhas tentam sem sucesso voar, são baixinhas, e vejam só! Adivinha quem está aqui?
A rainha dos baixinhos, em carne e osso!  Ela desceu em sua nave oval, trazendo consigo vários peixes fluorescentes que caem do céu vindo de realidades diferentes. Nesse momento gatos de cor amarelo Nápoles começam a brotar de cada beco visível, fazendo o possível e o impossível para degustar seu jantar.
Agora que já estou quase no final, me pergunto: Onde está a minha coesão textual? Não consigo encontra-la! Acho que a perdi em meio as várias marcas e logomarcas que se locomovem por essa realidade sórdida que deveria ser o projeto de uma cidade, mais não é, pois esse projeto só pode ser alcançado se houver uma luz. Uma luz verde, azul, amarelo, vermelho...  E essa luz nunca poderá ser alcançada por mãos muito menos tentáculos humanos. Seu segredo está guardado talvez no mercado, mais como eu, uma mera imortal não tenho acesso a ele, resolvi apenas gravar todo esse relato em minha caixola, para quando chegar em minha pequena toca, escrever tudo com meu lápis, que na verdade é uma caneta, que na verdade é uma cenoura muito descontente com sua classe social...
Provavelmente sentirei  vontade de compartilhar esse relato, com mais pessoas apáticas incluídas no submundo da internet, não me excluindo desse meio, sem o qual não semeio minha loucura!              

                                                             !Raissa Istvan!

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